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Cinema, o mundo em movimento - Uma reflexão sobre o roteiro

Todo mundo gosta de uma boa história. Mas saiba que existem boas histórias que, ao serem contadas, podem ficar ruins. No cinema, contar uma boa história é função do roteirista.

 

Um roteiro é uma ideia escrita. No livro "Cinema, o Mundo em Movimento", de Inácio Araújo, o autor dedica um capítulo para falar da base da produção cinematográfica. E, por isso, vamos falar de um filme que eu adoro: E.T. - o extraterrestre.

 

Filme de 1982, de Steven Spielberg, E.T., é lembrado, muitas vezes por conter no elenco a atriz Drew Barrymore quando criança. Mas, obviamente, a contribuição desse longa para o cinema vai muito além de ter lançado a atriz no meio da dramaturgia. 

 

Filmes de ficcão científica não eram novidades no início dos anos dourados. A série Guerra nas estrelas, dos anos 70, dirigida por George Lucas, já colecionava fãs do gênero anos antes. Então, por que E.T. é um clássico? Por que E.T. é um filme lembrado por tanta gente? Simples, porque o E.T. voa em uma bicicleta. Não gostou da resposta? Então, vamos lá.

 

Spielberg juntou neste filme elementos batidos, como alienígenas, com elementos novos: o alienígena, apesar de feio, era puro e amável. Outra coisa, o E.T. ganha a confiança de um ser humano, o menino que o abriga em sua casa. É a primeira vez na história do cinema em que o "bicho feio" não é julgado por alguém. É a primeira vez na história do cinema em que o "bicho feio" não é cruel.

 

Até o filme de Spielberg, a ficção científica nos conduzia à ideia de que devemos sempre duvidar da índole do estrangeiro. O estrangeiro é sempre um invasor. Podemos até dizer em xenofobia. Em outras palavras, devemos odiar aquilo que nos é desconhecido.

 

Imagine a época em que o filme foi lançado, durante a Guerra Fria entre os EUA e a URSS. Para o americano, o russo era como um alienígena. A ficção científica, até E.T., sempre canalizou os esforços do roteiro na formação da identidade de alguém maquiavélico. Quando o diretor de Jurassic Park notou que o público estava cansado do mundo dividido em dois, ele apresenta uma dupla que consegue unir povos diferentes, que é o E.T. e o menino. 

 

O filme foi um baita sucesso não apenas porque exibiu qualidade em efeitos especiais incríveis a época, mas porque surpreendeu no básico do cinema: O ROTEIRO. E ganha ainda mais importância por inovar a ficcão científica, gênero saturado de clichês.

 

Como diz o título da obra, "Cinema, o mundo em movimento", ele, de fato, é uma das molas que faz o globo girar.

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