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Luz, câmera, curta! 

 

Por Marseille Marés Nachreiner 

 

A agência AWARE finalizou seu mais novo produto : o curta « Kali Yuga : a era dos vícios ».

Esta reportagem tem o intuito de mostrar todas as partes da produção do curta-metragem, bem como todas as descobertas, erros e aprendizados da equipe.

 

O ROTEIRO

 

Bem antes de começar a escrever a story line, a equipe já tinha a idéia em mente. O curta conta a história de três pessoas diferentes - cada qual com seus vícios, seus medos e seus anseios - que acabam cruzando suas almas por meio de um objeto comum : um livro.

A mensagem que o curta passa é, basicamente, a ideologia da agência, a qual acredita na retomada da essência que permeia a vida através das câmeras. 

É perceber, na loucura do ápice do vício, o que realmente importa.

 

 

OS PERSONAGENS

 

Não foi fácil achar atores que compreendessem a profundidade do roteiro, o ser se curvando aos vícios. Porém, quando deu-se o achado, cada ator se enquadrou perfeitamente naquilo que estava escrito no roteiro.

Gil Eanes interpreta Otto Benoski, o personagem mais velho, que esquecido pelo mundo, se entrega à bebida e vive para seu bar. Diego Mattos faz o papel de Henrique Prado, um jovem executivo com uma carreira bem sucedida, porém viciado em cocaína. Tatiana dá vida à Helena, depressiva, a jovem vive uma crise de identidade e um relacionamento saturado com sua namorada, Marcela.

No desenrolar de cada rotina, se percebe o cuidado com o ser, por mais degradante que ele o seja, ele ainda é alguém. 

É mostrar, através das câmeras, a alma.

 

AS LOCAÇÕES

 

Uma das partes mais díficeis da realização do curta, foram as locações. Isso se deve, principalmente, ao fato de serem três histórias diferentes. Cada personagem é um ser, portanto cada lugar deve ser diferente.

Há o bar de Otto e seu sebo preferido, há o apartamento de Henrique e seu escritório, há a casa de Helena e o meio de transporte.

Durante as gravações, a equipe se deslocou pra cima e pra baixo, indo de um lugar para o outro. E por fim, o espaço em comum, onde os três personagens se encontram : o Teatro Paiol. A singularidade do teatro, bem como seu ar intimista, agregam a sensibildade que a equipe tanto preza.

É admirar, visualmente, a beleza de qualquer lugar.

 

OS EQUIPAMENTOS

 

Para as filmagens, foram usadas três câmeras. Geralmente a câmera com lente grande-angular ficava no tripé, e, as duas outras, de 50mm, na mão dos cinegrafistas. Isso se deve à importância de filmar o ambiente, como um todo, porém não perder os movimentos, e as expressões de cada ator.

Algumas vezes foram usadas as lâmpadas de iluminação externa, para aquelas cenas que precisavam ser ambientadas de acordo com o roteiro. As baterias das câmeras foram outro fator que deram dor de cabeça à equipe. O curta exige um tempo maior de filmagem, em relação ao videominuto, portanto mais tempo com o rec ligado.

É registrar, com foco, luz e enquadramento, a riqueza da história.

 

 

A CORRIDA CONTRA O TEMPO

 

Evidente que existem contra-tempos. E é importante que a equipe saiba como reagir quando eles surgem no meio do caminho. Sem surtar e sem brigar com o restante da equipe. É necessário, ter controle e achar a saída.

Ator que marca e não vai, locação que não dá certo, falta de bateria, dia quando deve ser noite, cansaço e assim por diante.

Há ainda o prazo. E esse, há de ser levado à sério. Caso contrário, o curta não será filmado à tempo, nem editado, nem entregue.

É finalizar, com fôlego, o curta-metragem.

 

O PRETO NO BRANCO

 

O cinema nasceu sem cor. Nasceu preto&branco. No cinema expressionista alemão, por exemplo, vê-se o jogo com as sombras, afinal não havia cores para serem exploradas. O cinema ganhou cor.

Porém em 1940 ainda existiam aqueles que acreditavam no noir. O film noir traz o ar pessimista e cético do mundo, traz a dramaticidade da história. Não por menos, que foi eleito o elemento da cena final do curta  Kali Yuga.

Roteiristas, cinegrafistas e diretor fizeram a escolha de filmar, e « gravar », a última parte, onde os três personagens se encontram, em preto&branco.

São as três pessoas, as três almas, que se encontram em meio aos seus piores vícios no palco da vida. No palco da vida sem cor, em preto&branco.

É ver, em preto e branco, a vida como ela é.

 

 

O RESULTADO

 

Você poderá acompanhar on-line, depois da estréia no dia 15 de junho.

 

 

 

Curta o curta !

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